sábado, 2 de outubro de 2010

Daremos início ao blog com a década de ouro da música mundial.... Os anos 70!

Era Disco

A década começa sem os principais expoentes do rock'n roll, Janis Joplin, Jimi Hendrix, Jim Morrison e Brian Jones (Rolling Stones), mortos de forma forma trágica (overdose). Soma-se a estas perdas, a dissolução dos Beatles e o fim dos grandes festivais de rock.

A década de 70 foi marcada pela difusão de novas tendências musicais, ora resgatando, ora trazendo inovações, as quais procuravam mesclar tudo o que fora produzido até então. A moda reafirmava o jeans e inaugurava as calças boca-de-sino, nos Estados Unidos o fracasso da guerra no Vietnã, o caso “Watergate”, que levou à renúncia o presidente americano, e a crise da OPEP difundiram a idéia do individualismo e a alienação política, que foi extremada nos anos 80. Neste cenário, a indústria fonográfica desenvolvia novos equipamentos de estúdio, destacando-se a invenção dos sintetizadores moog, cujas variedades sonoras eram, até então, impensáveis de se criar num som mecânico. O rock, antes relegado à marginalidade, agora, apresenta-se difundido entre o grande público, passando não mais a mero instrumento de protesto e diversão, para um produto rentável de consumo.

Neste contexto, a música dos anos 70 se expande assumindo um caráter musical diversificado, A teatrialização, as produções pirotécnicas, os jogos de luzes, enfim, a produção dos shows assumia não mais o papel secundário, mas passava a ocupar lugar de destaque nas apresentações dos grupos musicais, um exemplo dessa nova concepção é dada pelo conjunto nova-iorquino Kiss, cujos músicos apresentavam-se incrivelmente maquiados e os seus shows utilizavam-se de todos os recursos disponíveis - naves espaciais, explosões, cortinas de fumaça, etc.

A década de 70 foi marcada pelo rock progressivo, pelo heavy metal incipiente, pelo reggae, pelo punk , na segunda metade da década, pela música disco e fechando a década, o movimento new wave (nova onda).

Destaca-se a criação de novos gêneros resultantes de linhas musicais antagônicas, como fez o conjunto britânico Queen que, em 1975, lança o seu primeiro álbum, que apresentava a união do hard-hock com o rock progressivo.

Nomes importantes no período : Genesis, Yes, Emerson Lake e Palmer, Jethro Tull, Kraftwerk, Led Zepelin, Pink Floyd, Black Sabath, Slade, Queen, Kiss, Backman Turner Overdrive, Sex Pistols, The Clash, Runaways, Ramones, David Bowie, Elton John, The Carpenters, Bob Marley, Bee Gees, Earth Wind & Fire, Tavares, Donna Summer, Sister Sledge, Chic, Barry White, Blondie, The Cars e Devo.

Mas o gênero que é marca da década de 70, sem sombra de dúvida, foi a Disco Music, com as suas batidas ritmadas como a do coração. A percussão abundante, as vozes e arranjos vocais requintados, arranjos rítmicos de alto trumpete e de corda revelam o quanto esse estilo era calculado em detalhes desde da composição, arranjo, produção e mixagem até nos efeitos artísticos, filosóficos e psicológicos de cada obra. Diferente de muitos outros estilos musicais da história não nasceu de uma acidental produção de novos músicos ou cantores performistas de rua, mas foi uma forma artística que nasceu de um profundo entendimento da psicologia musical e do poder dos arranjos musicais elaborados por produtores, arranjadores e maestros de orquestras sinfônicas que tomaram como base a música negra que estava ganhando reconhecimento nos Estados Unidos. Em seu núcleo, o estilo pegava a sonoridade da Philadelphia e misturava tudo com vocais "Gospel" de cantoras como Loleatta Holloway ( "Disco Divas"). Podemos dizer que era pecado e salvação mixados juntos. Introduzida nas discotecas, a música ao vivo era substituída pela reprodução em albuns gravados. O álbum da trilha do filme "Saturday Night Fever”, de 1977, foi um marco em termos de vendagem ao atingir 7 milhões de cópias.


No Brasil, os anos setenta reafirmaram a identidade do rock nacional, trilhando o caminho deixado pela jovem guarda nos anos 60. O movimento tropicália exemplifica esta tendência, donde se destaca o grupo Novos Baianos (idealizado por Gilberto Gil e Caetano Veloso). Em janeiro de 1975, o país vivia tardiamente a era dos festivais, com a realização do festival de “Águas Claras”, na Fazenda Santa Virgínia, município de Iacanga, próximo à cidade de Bauru (SP).

Mutantes, Secos e Molhados, o Terço, 14 Bis, Raul Seixas e os mineiros Milton Nascimento, Beto Guedes, Lô Borges, Toninho Horta e Flavio Venturini fizeram sucesso na década de 70.

O surfe, o skate e os bailinhos de sábado à noite mostram uma nova sociedade. A partir de 1970 surgem novas "tribos urbanas" com distinções de orientações entre si, tanto esteticamente (nas roupas, adereços gosto musical) quanto politicamente em suas visões de mundo e sobre o mundo. Grupos urbanos que procuravam, através de uma atitude considerada não convencional, presente no estilo de vida, estabelecer parâmetros de identificação. O funk por exemplo, inaugura um estilo de vida: o jeito de se vestir, de andar, de dançar e uma forma solta de escutar música.

Segundo depoimento de uma pessoa que viveu essa época : " As pessoas costumavam dar festas quando saia um novo album do Led Zeppelin ou do Moody Blues. Todos queriam ouvir o novo album juntos, pela primeira vez. Naqueles tempos, parecia que iamos mudar o mundo e, talvez, tenhamos mudado mesmo." Nelson Motta que era proprietário da discoteca "Frenetic Dancing Days", referindo-se ao período comenta que suas bases de pesquisa foram os amplos espaços de Midtown de Nova York como o Infinity, “cheio de néons e de luzes coloridas, com grandes bolas espelhadas que irradiavam feixes de luz sobre a multidão que enchia a enorme pista, ao som da disco music.” Para ele “as noites eram de dança, de uma música com pulsação forte e contínua, feita de melodias simples e vocais elaborados, com arranjos luxuosos de cordas e metais, uma música com ênfase no ritmo e na sensualidade, feita exclusivamente para dançar.”

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